SEM MEMÓRIA

 

Sem memória, vivo o agora

Quem fui eu?

Chorei por não lembrar

O que foi feito de mim?

Cadê às lembranças do amor

E da tua infância?

Perdoa-me, meu filho!

Minha memória está apagada

O que fiz de nós?

O que somos nós?

Sem memória, morri

Por dentro e por fora

Sou tua mãe, vazia, sem memória;

Não lembro o que não te dei;

Lembro sim, que te amei.

Amo-te! Perdoa-me se não fiz planos,

Se eu bloqueei o amor

Que deveria te dar.

Perdoa-me se, por te amar,

Não fui capaz de demonstrar.

Perdi-me, defendendo-me

E muito te protegendo

Da maldade planejada.

Hoje, vejo, que a estrada

Que trilhamos, tem saída

E, que a memória perdida,

Transformou-se em amor, em respeito

E em um desejo muito grande

De te fazer feliz. Amo-te, meu filho!