Poema - Samael part 5

Poema - Samael part 5

‘’Certa vez um arcanjo

que havia sido expulso do paraíso

isolou-se em um profundo abismo

a escrever Poesias

A sua solidão

era como a morte de um buraco negro

primeiro extinguia-se toda a luz

que existia em seus olhos

depois suicidava-se

na mais terrível escuridão”

Samael a amou durante dois milênios

E durante estes dois milênios praguejou

Contra os Deuses

Dizem os primeiros Poetas do Universo

Que o amor foi uma invenção

Das criaturas do abismo

Que antes mesmo da origem do primeiro homem

Ou dos primeiros Deuses

Havia um abismo aonde viviam as almas

Mais perversas aprisionadas pelo próprio vazio

Na solidão deste vazio

Estas almas inventaram o amor

Um sentimento tão forte e promíscuo

Que confortava até mesmo as almas mais perversas

Nenhuma criatura viva neste universo

Seria capaz de compreende-lo

Somente de senti-lo

Samael a amou por dois milênios

E durante estes dois milênios

Viveu o pior dos infernos

E em uma destas noites

Ele a abandonou

Revisitando seu antigo abismo

Na sua própria solidão

Escreveu poesias

Sobre o amor e o nada

Pensou em Filosofias que nenhum homem

Ousaria mencionar

E no fim

Concluiu que o amor que sentia em seu peito

Era uma ilusão

Criada pelas suas angústias

Retornando para a sua antiga amada

Com as uas asas negras

Ele a segurou em seus braços

E recitou seu último soneto

“ Estes como uma rosa nos confins do universo

Durante séculos te desejei

Durante milênios te amei

Quando eu te perdi enlouqueci

Quando te salvei me perdi

E agora que tenho a ti

Desejo ter a mim novamente”

Após recitar o soneto

Samael bateu suas asas

Abandonando aquela que um dia

Ele jurou seu amor...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 16/11/2021
Código do texto: T7387067
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