Poema - Samael part 6 Final

Poema – Samael part 6 Final

‘’Certa vez um arcanjo

que havia sido expulso do paraíso

isolou-se em um profundo abismo

a escrever Poesias

A sua solidão

era como a morte de um buraco negro

primeiro extinguia-se toda a luz

que existia em seus olhos

depois suicidava-se

na mais terrível escuridão”

Lilith foi abandonada em meio as suas angustias

O amor havia se tornando uma lenda

Uma crença proferida pelos tolos

Samael a visitava todas as noites

Ele beijava a sua testa

E partia antes que ela acordasse

A depressão fez com que ela definhasse com a fome

Seus ossos magros tampouco a sustentavam em pé

Todo o amor que Samael um dia

Sentiu por sua amada

Agora havia se transformado em cinzas e orgias

O “Amor” como dizia em suas Poesias

Manchadas de sangue e gozo

Nada mais era do que a vontade de sentir-se vivo

Em seu próprio abismo

Então por que Samael a visitava

Todas as noites?

Se ele não há amava como outrora havia amado

Ou se de fato algum dia a amou

Por que ele se dava o trabalho de visitá-la

Todas as noites?

Talvez, Samael não há visitasse por amor

E sim pelo prazer de vê-la definhando com a fome

Este é o preço

De se apaixonar pelo próprio Diabo

Lilith sofreu em suas angustias

Por três longos anos

Seu corpo escultural e poético

Definhou-se com a fome

Transformando-se em uma figura

Horrenda e deplorável

Em uma destas visitas noturnas

Samael a encontrou morta

Em meios as baratas

E antes mesmo que pudesse derramar

Suas últimas lágrimas de arrependimento

Ele encontrou em seus braços uma pequena poesia

Que outrora no fim de sua vida

Lilith havia escrito;

“ Saberás que sempre te amei

quando encontrastes o meu corpo

Definhando em meio as cartas de amor

Que um dia eu te escrevi

Saberás que sempre te amei

Quando me beijar em suas memórias

E não sentir o gosto dos meus lábios

Saberás que sempre te amei

Quando olhar para o infinito

E me encontrar na imensidão dos seus olhos

Saberás que sempre te amei

Quando partir para ir embora

E nunca mais me reencontrar

Meu amor tem duas vidas

Uma para amar-te

E outra para odiar-te

Por isso quando digo que te amo

já não te amo mais “

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 17/11/2021
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T7387925
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