''Escolhas''

Há quem escolha o padrão

Há quem escolha o normal

Para não se ferir

Para não polemizar

Para não perder a calma

Para sofrer menos

Para discursar no mesmo tom

Para deslizar no mesmo som...

Há quem escolha o mais simples

O pouco sonhado

O nada complicado

Para amar igual

Para transparecer natural

Para se fazer habitual e não

Criar nada de anormal...

Há quem escolha a mesmice

As palavras decoradas

O mesmo cumprimento

Diário

A forma usual

Há quem acredite que escolhendo assim

Esteja colhendo o fruto carmim...

Eu escolho o que me escarnece

Aquilo que dilacera

Que expõe...

que é polêmica...

Sou a ousadia no gestual

A irreverência no pontual

Sou sangria desatada

Vou fundo,quero o profundo

Mentira me enlouquece

E falsidade bate de frente...

Com minha ira

Não quero unanimidade

Quero argumentação forjada

Naquilo que me convença

Quanto a viver,escolhi

O honesto...

o transparente...

A carne exposta...

a alma líquida...

e o coração alado...

Me queira como sou

Ou me deixe onde estou............