Eu não sei, mas te amo

Encontrei-me em teus paradoxais braços labirínticos,

Achei que nunca encontraria a porta abstrata de minha alma,

Que pudesse escapar enfim de meus pensamentos intrínsecos,

E meu inferno interno foi transubstanciado pelo bálsamo de tua calma.

Este amor que sangra, que me apavora, que em mim gritas

Nas auroras suscitadas pela Dúvida de minhas incertezas.

Minha alma febril, minha alma em convulsão buscando as belezas

Emergidas de teu ser por tuas ocultações sempre tão explícitas.

As alegrias de afagar a doçura inebriante de teus lábios

Despertam o querer de estar acordado para as perdas futuras.

Nosso castelo é o nosso ser indivisível onde não há rupturas,

Pois a Loucura de nossos corações transpõe das erudições dos sábios.

Este meu coração que agoniza nas fogueiras inquisitivas das alucinações;

Este meu coração que conjuga todos os verbos das angústias e dos sofrimentos

Que clamam aos céus nos bosques enclausurados nos humanos corações,

Mas os deuses se convulsionam de prazer ao ouvir a dor de nossas preces e lamentos.

Será que nunca terei o que tanto procuro?

E que nem sei ao menos buscar o que desejo?

Mas eu busco, insciente talvez, no silêncio escuro

E não pasmo do que sei que em ti tanto almejo.

Se tu queres tanto me amar, por que não queres me amar?

Um mero passo entre a incerteza e as fronteiras da indecisão,

Que rogam nas águas de tua alma o desfalecer do teu duvidar,

A fim de que teus olhos rasguem todas as páginas do Livro da Cisão.

Tua dor inexprimida que clama por intelecção é a dor engaiolada em meu ser,

Pois desejo beber cada partícula de teus complexos sentimentos.

Amar-te, meu amor, é sentir do Universo todos os alentos,

Que a morte e o tempo não conseguem mortificar, e em nem desaparecer.

Não vou te exigir o que em nenhum tempo por mim não sentes.

Não me vou auto-enganar em sentir o que afirmo que não sinto,

Pois o que sentimos ultrapassa as ações distantes, e fisicamente ausentes.

Afinal meus sentimentos por ti são inefáveis, todavia não jamais minto

Sobre tudo o que por ti eu guardo em meu sagrado recinto.

Nao é fácil nenhuma relação, mas te amo;

Além dos corpos, das incertezas; além do divino e humano !

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 25/11/2021
Reeditado em 26/11/2021
Código do texto: T7393821
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