Nós que desatam

Teu laço vermelho desatou-se

Como uma ferida, flutuou

Teus cabelos, ondas intensas

Tecendo teus ombros como memórias

Memórias castanhas, tempestades

De círculos e parafusos que se desfazem

Sobre teus seios despontados

Beijos cor de rosa

As milhões de pintas nas suas costas

E minhas mãos de dedos azuis

Pintei o céu na linha do horizonte que leva aos seus quadris

Seus olhos sérios

Fechados e sorrindo

Enquanto repousava e dormia

Toda a sua nudez desatou-se num laço

Mas sua pureza permaneceu

Castanha como a tormenta.