PEQUENA ELEGIA

Saber-se agente da morte ante o desencanto,

retira da minha retina a palidêz pendente,

do que a corda abraçou e aos gritos roubou,

num ato de sufocação planejado e triste.

Juventude cujo sangue estacionou

em veias necrosadas ocultas em pele clara.

Nunca mais será estado de apatia,

vendendo barato o desperdiçar dos dias.

E são essas suas mãos frias,

alcançando a imobilidade e a indiferença,

a verdade que habita nas frestas da vida:

inventou-se o movimento e a fuga

pra que a eternidade coubesse no esquecimento.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 18/12/2021
Código do texto: T7410351
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