A imagem sem o espelho

Naqueles tempos em minha terra

Era muito comum caminhar longas distâncias

Para visitar

E muitas estórias existiam por aquelas bandas da década de 80,

Por exemplo, sempre ouvia umas pegadas, cada vez mais fortes, após as minhas

Quando estava indo pra casa pelo seco do caminho

Em meio a vegetação...

Já ouvira tanto sobre aquela respiração atrás de mim

Que começava a correr, com todo coração...

Mas já hoje, noutro dia pela ruas perdidas desta cidade eis que vejo se aproxima velha figura, pelos gestos notáva-se ser mudo, ao que respondi como se assim o fosse, fiz meus gestos meio tresloucados para ser mais convicente e até emiti grunhidos, na verdade achei que me saí bem.

Fingindo entender, balancei a cabeça e segui meu caminho, de certa forma, sendo ele...

Já distante ouvi uma frase perfeita: filho da puta! Era o mudo!

Segui devagar meu caminho, eu era mudo, não podia dizer nada...

Não sei, mas aquela coisa toda daquele tempo na minha terra, coisas de Capelobos e Mucuins ficaram um pouco em mim...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 16/01/2022
Reeditado em 24/01/2022
Código do texto: T7430551
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