Outro poema
Tu não soubeste?
Não sonhaste?
Que nesta carne tão profana
Deixarias o vetupério da saudade?
Aquela menina que tu dissestes
Que era contigo moça, infanta
Hoje jaz no corpo de mulher
Tão só a cada curva das ancas
Quem me dera, ó meu querido!
‘Inda digo: quem diria?!
Qu’esta alma haveria de gostar
E gostar e gostar e tanto mais
Logo esta alma que não quisera amar
Amigo...
Tanto que te lembro
Em meu vazio infinito
Teu rosto no vazio ocupa espaço
Teu riso gela mais meu quarto frio
Mais uma vez daqui me retiro
Com mesmo fim, mesmo choro
E ‘inda saudade num sufoco
Choro por ti minha triste mocidade