Moça do andar estranho

Quem disse que é necessário luzes para escrever?

Quem disse que é necessário entender para amar?

É necessário sofrer para escrever

Amar para entender

E todavia, toda hora

Crer para realizar

E nesse mundo onde sonho

E critico os rebanhos

De pequenos andarilhos

Na cabeça do “eu” lírico

Tento entender, mesmo prestes a escrever

No escuro do meu ser.

Acenda as luzes meu amor

Era o que eu pensava

Mas no escuro mesmo assim

Provaria meu amor sem fim.

E nem começo.

Qual seu endereço?

Bela moça do andar estranho

Onde está o seu rebanho?

Ele está na minha cabeça!

E eu logo aqui sozinho

Perante ao moinho,

Me sinto indeciso.

E se tudo for em vão?

Acabo a me perguntar então

Deve ser seu andar estranho

Que despertou meu coração

Andar de quem sem rumo por aí está

Que vaga pelo pensar

Da atitude de quem se deixa influenciar

Pela nobre cultura do amor

E o que estás a pensar?

Desse homem tão disposto a amar

Que observou as luzes apagar

No clarão eu te via

Era só o que eu queria

Te enxergar durante o dia

E as luzes apagaram

Sem ao menos um “Bom dia”

E o moinho triturou meu amor por você

Bem antes de saber, que estava à amanhecer.

Suspiro por suspiro

E as luzes falharam

Depois de segundos, simplesmente apagaram

Mesmo assim continuaria a te amar

Moça do andar estranho, por onde estás a andar?