Poema de Insensatez I

Deitada na cama em que morro,

falei com as estrelas,

busquei o céu no teu sorriso,

rasguei as fotos do passado.

Subindo a colina em que sonho,

casei-me com a Lua,

deti meus pesadelos que fugiam,

e, enfim, escondi-me na caverna dos meus atos.

Ainda foi tempo de ver o pô-do-sol,

parei debaixo da árvore do meu destino,

sentei-me à sombra da música alucinada,

Dancei um tango com Arlequim.

A verdade estampada alí, bem diante de mim!

gritante, frenética, atordoada!

e eu esperei a eternidade com calma,

vagando teus olhos cheios de incertezas...

Tua alma me toma o fôlego,

arranca-me os suspiros com morangos,

tira minha dor, minha alegria, meu consolo.

E fico assim, besta, perdida...

e nem sei mais onde me li.