NA FLORESTA

 

Tocando a rosa que a meu tato falava,

Entre a folhagem verde seguiste.

Vi, sob ela, tua sombra que passava

A esconder teu rosto triste...

 

Da sombra que eu já não via,

De um cabisbaixo – denso e triste,

Ficaram os rastros na terra fria

E a saudade que em mim existe.

 

Ainda tenho em mim a tua réstia,

De quando sumiste na floresta.

A solidão e a minha modéstia,

Foram como numa noite como esta.

 

Quando não te vi mais, na floresta,

Ouvia dos bem-te-vis, uma orquestra,

Nos ares, e os pássaros em revoada.

Enquanto eu não entendia mais nada...

 

Olhou-me do alto o sol aberto

cintilando uma nuvem cheia.

Quisera aquecer no solo ao certo,

Uma bela foragida da aldeia.

(Áurea Deluz)

 

Imagem Ilustrativa : Andrea Hrnjak

Aurea de Luz
Enviado por Aurea de Luz em 12/02/2022
Código do texto: T7450939
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