Menos um conto

Depois de dias, constatei...

você realmente foi embora

Partiu por seus caminhos

tão longe desses meus

Foi ainda mais profunda

para dentro de seu universo

Afinal a vida é sua

e esses seus passos de dançarina

não se mesclaram

aos rumos que ofertei

Minhas estradas têm poeiras de 100 anos

mas não lhes dou varrição...

O acúmulo me parece ser tão recomendável.

Depois de semanas, compreendi...

o que de malgrado

as palavras me sussurravam

Demorei de perceber

os recados que a alma

relatava ao coração

Pelo visto, já não era novidade nenhuma

você partir...

e mesmo não sendo

uma tragédia anunciada

do jeito que foi

uma carona no silêncio absoluto

sem direito a eco

é mortandade prematura

de sentimento

Vi que é desse jeito

que a saudade

existente

tenta se apagar na mudez

Sem manifesto das emoções...

perdida em tantos adjetivos

artigos indefinidos

verbos impessoais...

pronomes nada oblíquos

Não sabia que uma recusa de jantar

as vezes é por medo

de antecipar um café da manhã

E se por nada, nada toca no rádio

nada é tela de cinema

nada é pintura

onde a natureza sorri

e só o vazio, esse branco

um apagão na memória...

então é aqui

onde a rima se apresenta:

como fim de história.

23-02-2022

11h58min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 25/02/2022
Reeditado em 25/02/2022
Código do texto: T7460092
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