Sensações Poéticas
Tudo que me restou me satisfaz...
Quem passou, cumpriu seu tempo
determinado, sem deixar pegadas
no assoalho, nem cheiro de cebola
pelos meus quadrados...
Ficou na névoa dos meus desalinhos...
Se fiquei sozinho?!
Claro que não...
Tenho meus rabiscos,
meus discos, meus cheiros...
Meus livros...
Vivo à luz dos candeeiros
para ver a noite de estrelas,
ou de lua cheia...
A viola que ponteia,
as palavras que borboteiam
e saltam para as folhas
do papel estiradas sobre a mesa...
Uma caneca de vinho tinto
para clarear os meus labirintos
e os tons de silêncio, quebrados
pelo baticum do meu coração...
Às vezes...
uma lágrima rara a adubar o chão...
Marie