FUGA

Eu não quero falar sobre isso,

não quero ouvir nada que me faça lembrar dessa noite.

Talvez um dia eu me permita conhecer-te o suficiente para, quem sabe,

eu descobrir que sempre estive errado,

Mas, por hora, eu prefiro fugir para bem longe do teu sorriso.

Em que Lua poderei esconder-me?

Em que vento poderás encontrar-me se,

por ventura, nossos caminhos deixarem de se cruzar?

Cá estou eu, mudo e calado como sempre fui,

na esperança que as ondas do mar me levem para bem longe de ti.

Mil voltas eu daria em Saturno, e quando eu retornasse,

tu ainda estarias lá, no mesmo lugar,

a espera de um trem que nunca vem.

Melhor recolher-me a minha frágil necessidade dos teus débeis afetos,

Do que olhar nos teus olhos outra vez.

Marcelo de Lima Cruz
Enviado por Marcelo de Lima Cruz em 30/03/2022
Reeditado em 15/07/2022
Código do texto: T7484011
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.