MEU DELÍRIO

Sandra Mamede

23/11/2007 (02.10)

 

 

Entrego-me aos braços de Orfeu

Quando na verdade outra coisa eu queria

Era entregar-me aos braços seus

E aninhada ao seu peito dormiria

Então neles dolentemente sonharia.

 

Mas na cama deitada sozinha

Curto  amarga o meu desejo  sem reação

Passo as mãos nos lençóis...desarrumados, frios

Percebo triste a minha grande solidão.

 

Solidão de quem ama e deseja

Um dia ser amada e tão querida

E  nessa cama que ora choro solitária

Amanhã, quem sabe...  sorrirei bem aquecida

 

Cercada por seus braços...  qual correntes

Entregar-me-ia  submissa a essa prisão

Desejando somente   e ardentemente

Olhar seus olhos e ver neles também paixão!

 

 

 

 

]