Amor ou coisa assim!

Eu me encontrava sentado num banco cinza de concreto.

Buscava com os olhos algum motivo pra sorrir.

À minha frente um jardim gramado, com flores resolutas.

Mas, depois do desinteresse, eu a ví.

Aquela flor de cabelos encaracolados.

Tinha a face rosada e um halo de luz sobre a cabeça.

Pensei que se tratava de Santa.

Os olhos pareciam esconder segredos.

A boca levemente carmim.

Meu coração acelerado revelava minha ansiedade.

Ela me deu um sorriso tímido e calculado. Destes que não ultrapassam a fronteira da revelação.

Seus olhos assemelham-se a pedras lapidadas.

Quem era eu naquele instante?

Um criminoso trêmulo.

Desejava arrancá-la pela raíz e planta-la nas minhas artérias.

-Quem sois vós, majestosa?

-Alguém que me atira gracejos assim?

Olhou-me novamente como quem queria meu coração.

-Sou aquela que mora em teus sonhos e neles vive. Só peço para não me prenderes em vaso de porcelana, porque eu enfeitaria tua mesa, mas acabaria teus devaneios.

Sandro R C Costa

Sandro Costa
Enviado por Sandro Costa em 14/04/2022
Código do texto: T7495239
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