O Amor é um rio confuso e difuso

Meu amor, por quais razões eu te amo tanto?

Depois de tantas traições, logros e desencantos,

Depois de tantos segredos, de tantos prantos?

Ouço a tua forte e meiga voz no lento vento,

Vento que caminha tão triste comigo, sonolento;

Tua intensa voz era meu estema ante tantos tormentos.

E ouvindo a tua solidão no vento, eu sinto

Toda a densidade de teu amor nesse labirinto,

O qual envolve o meu corpo indistinto, extinto.

No silêncio da multiforme treva que nos confronta,

Minha alma ainda te adora, pois a paixão sempre é tonta;

Amores e desejos mortos? Quando se ama, tudo então conta!

E há tantos amores confusos, desejos e medos insepultos!

Eu te amo tanto, mas nossas vidas são dores e tumultos;

Amar é um conjunto de rios que temem se beijar, difusamente juntos.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 16/04/2022
Reeditado em 19/04/2022
Código do texto: T7496578
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