nos enganamos habitando outros lugares, perdendo o rumo até o reencontro e mesmo após anos minhas mãos tremem quando estendo ao te cumprimentar. causa insuficiência respiratória e discursiva, me tem sem nenhum esforço e mal sabe enquanto anda por tantos lugares que eu não ousaria pisar. não sei lidar com teu desejo embriagante e suas palavras melodiosas, me fecho nos meus discursos confusos que tentam — e falham — te chamar para mais perto.

continuamos traçando caminhos que se encontram. você, minha musa perdida na multidão que corre sem destino, eu presa nas palavras que nunca consegui te dizer.

 

por que tantos encontros se isso não for certo? em que ponto minha mão se junta à sua? fingimos não saber o que há de não-dito, negando que tanto eu quanto você sabemos bem de onde vem a tensão que segura nossos olhares conectados.

não há chance ou espaço para nada que não seja sua voz misturada a minha através do telefone, ou tão pouco para outro corpo que ocupe o espaço vago ao redor do meu.

 

destinadas a nos encontrar em linhas temporais e escritas, mesclando nossas cores em perfeita harmonia, até o dia em que as linhas

que aqui dançam

escrevam uma nova caminhada

juntas.

 

H C Oliveira
Enviado por H C Oliveira em 17/05/2022
Código do texto: T7518490
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