Dona de casa
Sábado de ar gelado, dona de casa ficou louca, juntou toda roupa e pôs para lavar, abriu a porta, saiu de mansinho , esvaziando ninhos colhendo todos ovos que a galinha havia botado.
Não abriu torneira porque torneira não tinha não, olhou a capoeira, viu cachoeira e na calha de bambu água correndo continuamente, correndo sem nada desperdiçar naquele mundo giz
Leu anúncios de jornais barcos que levam ao norte rapadura e boi de corte, lamparina e lampião clareando a escuridão onde a natureza é a sorte de quem nasceu para amar sem sofrer.
Passarinho em festa nas frondosas aroeiras, Sabiá e João de barro buscando seus pares e o macaco namorando de brincadeira enganado sem querer sua fiel companheira.