Amor, triste amor...
SUPRA DORAVANTE...
Ao Demiurgo-mor
O interregno da saudade,
quando o coração é hesitante.
O tempo se aguça
em feridas incontáveis.
Posso, mas não creio:
Estou em deliberado devaneio!
Se lhe fugia tonto
nas torrentes vespertinas.
Quando a luz do sol
se desfragmentava
entre as copas verdes iradas.
Silhuetas e sombras
dançam ao caminho
Com o samba é saudade
do verão, e ao inverno estação.
Se tenho por mim
que se deixar compadecer
por paixão é sofrer.
Amor, triste amor.
Não fique triste
Assim.
Há de ser
que um dia
há de chegar.
Quanto ao certo
Eu já não sei.
Só estou certo
de que nada sei.
Nas obras de tuas mãos
Artífice incontestável.
Sem por quem maior jurar,
senão somente por si.
Não fale mais por mim,
O amor começou no jardim.