Uma fresta

- Toc, toc, toc, toc, toc, toc

- Quem é que bates na porta...

na porta do meu coração?

- Toc, toc, toc, toc, toc

- Não dizes quem é?

Como abrirei então?

- Toc, toc, toc, toc

- Não posso abrir

e se fores ladrão?

- Toc, toc, toc

Quem bates?

Hein?

- Toc, toc

- És quem?

- Toc...

- Não sei...

- Sou o Amor

E não me atendeste

Fiquei calado

Para que me reconheceste

Mas tu, coração,

em dúvidas e medos

permaneceste...

Já que não abres

a porta para mim,

pulei a janela

Pois tu deixaste

uma fresta

por felicidade sua...

Agora, depois de tempos,

sem visitar-te

quero renovar-te:

Serás um jardim

repleto de flores

onde borboletas

adorarão pousar

e os pássaros

suavemente

cantarolar

Eis que te liberto,

oh coração,

que em névoas

se prendia

para amar

simplesmente...

Cultivando a esperança

que surge com

o sol nascente!

- Amor,

eras Tu que batias!

Foste o ladrão

que roubou

tristeza e amargura

E foste também

a caridade que,

com doçura,

doou luz

á escuridão!

Grande bem

fizeste-me,

oh Amor,

Bela magia deixou

Agradeço pela

piedade

de não ir embora...

Pulando a janela

em ótima hora!

Bruna Velozo
Enviado por Bruna Velozo em 28/11/2007
Reeditado em 09/12/2007
Código do texto: T756547