Salto agulha.(Cláudia Cecília)

Salto agulha.

Ninguém percebe que você leva uma vida dupla,

quem te vê seríssima não suspeita dos seus sonhos,

as vezes andamos vestidos com um personagem nulo,

que nos deixa mudo diante do mundo.

As obrigações da vida, a memória afetiva,

alguém se aproxima-se e diz; “Eu ti conheço”.

Eu sigo andando, não falo nada.

“Há muito tempo, no posto 9”. Lembra?

Andei rápido, nem olhei para o lado.

“Você continua linda”, ele insistia.

Depois disse; conheço todo seu passado,

paro olho para o lado, dou um sorriso e sigo.

Vou pensando, todo mundo tem um passado,

histórias para contar, momentos vividos,

outro dia minha amiga Cecília me disse;

meu namorado vive falando do passado,

só que o meu é pior que o dele.

Cada um com as suas dores, cada um com suas lágrimas.

O mundo se mistura com alegrias e tristezas,

devemos passar tudo isso em uma peneira,

guardar o que serve, jogar fora o que não presta,

não deixar o passado interfirir no futuro.

No Rio de janeiro, até o silêncio é lindo,

sou católica apostólica espírita,

vou seguindo a minha vida,

entre verdades e mentiras.

Papai Noel chegou em Outubro,

antes do previsto, Dezembro é só correria,

vou fugir disso, já me roubaram uma hora,

com esse tal de horário de verão,

mas vamos comprar os presentes,

encher a geladeira de comidas natalinas.

Quanto ao aniversário de Jesus,

se não der tempo, agente comemora depois.

Ricardo di Paula, 23/11/07. inspirado na revista TDB, jornal “O Dia”

18/11/07, Cláudia Cecília.