Sinfonia das Noites

Como uma nota sutil de um acorde delicado

Entrelaçamos nossas mãos como às notas de uma sinfonia

Onde cada detalhe nos completa, e nos remete

A uma nova pauta de fusas, bem menos confusas

Que o espaço que nos delimita e imita

As linhas que nos prenderam nesse papel.

Seis linhas, cinco espaços entre carícias e abraços,

Um arpejo em Lá menor abre o sol

Em um novo espaço e sobre a gravidade

Dos baixos voamos estridentes

Como breves ascendentes pontuadas a vários tempos...

As barras já não eram obstáculos, e contra a Física

Atravessamos o vácuo que o silêncio da noite impôs...

E com o calor das vibrações criaram-se ligaduras

Em nossos corações que nenhuma nota negativa desfará.

E o astro do dia deu fim à melodia em um caloroso rallentando,

E a verdade nos surgiu flutuando nas linhas de uma flauta doce

Em seu solo de solidão...