TEU
É o calor o meu companheiro de agora,
como dantes fora a tristeza,
A dor, o pranto, o riso, o amor.
Um menino de azul nos olhos a falar-me versos
E a rir-se de si e das libélulas a beijar-lhe a alma.
Andei tanto que ofegante me deito a ouvir suspiros meus.
Dá-me teu sopro brisa que és,
Orvalha-me com tua saliva
E pela manhã toma-me em teus braços
E faz-me teu pomo tardio colhido na primavera.
Quando de ti arbusto sacro deverias
Brotar apenas flores.
Belo Horizonte, 23 de março de 2006