CANTO DO MUNDO
Chamai-me ó noite com tua voz sombria.
Derrama sobre mim a penumbra de teu céu
E banha a plúmbea alma que me guia.
A lua agora é doce e reluz qual diamante em mina escura.
És ó noite o meu canto do mundo,
Onde me sento apoiando o rosto nos joelhos
E deles faço poço de minhas lágrimas.
De fatiga vivo a flanar por teus campos
Onde nas ramagens deposito o invólucro beijo que te aprisiona no céu de minha boca.
Belo Horizonte, 28 de março de 2006