A liberdade...

O tempo que passa já passou há tempos

E tantos de nós viajamos perdidos, sós,

Levando no peito a marca da união

A chancela da liberdade forjada n´alma

Nos sorrisos, no crepúsculo de nós mesmos.

A flauta continua a soar, a embalar os passos,

E o grito de guerra ainda ecoa na imensidão

Fomos todos à forca, às masmorras, ao céu.

Perdemos a veste na luta pela liberdade

Ganhamos a liberdade a lutar pelas vestes...

Meu coração ainda está a pulsar forte, sereno,

O trote dos cavalos ainda estala em meus dias

E não há nada que me afaste de minha paz,

Não tem bandeira que me roube esse caminho

Nem mesmo há quem possa me ferir...

Partimos, numa dança infinita, como ciganos,

Viajando por entre os mundos, vibrando,

Com pulsar n´alma, e na palma, o coração,

Desde há muitos séculos, por vidas:

Fomos e voltamos, voltamos e fomos...

Mas confesso, rendo os meus sentimentos:

A saudade é tão imensa, tão cortante,

Que os passos às vezes me traem...

As lágrimas por muitas não cessam,

E nesse passo sinto o aroma da terra,

Sinto a luz, vejo os meus irmãos correndo,

Há algo que me encanta e envolve,

Chama-me ao infinito, ao universo,

E em tudo há verso, em todos há paz...

Deixei minha espada, minhas vestes,

O caminho ficou pra trás, à margem,

Os passos, vão cedendo, vão sumindo

A flauta antiga me faz voar,

E encontro os meus amigos mais caros...

A casa que me abrigava tombou

E o tempo me parece ter parado,

Não sou mais quem eu era, e sou,

Assino em três pontos, sou livre!

Os versos habitam minh´alma

Meu espectro voeja tranqüilo em prumo

Vou-me, me vou em busca de mim...

Mundo, 7.IV.1700.

Alexandro Serratine da Paixão

(Todos os direitos reservados ao autor. Obra protegida pela Lei 9.610/98)

Serratine
Enviado por Serratine em 01/12/2007
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T760743