Apenas um menino
20:13hs.
Estou passando café,
filtrando sentimentos líquidos,
ao fundo toca Buarque
e cantarolo enquanto escrevo.
Agora eu era herói,
de nada.
me sirvo o café quente,
combustível para mente e
um cigarro entre os dentes.
Criei uma versão de mim mesmo
que tem aversão ao apego,
que do amor tem medo,
a versão apática e indolor.
Alimentei-me da crença de que era mau,
de que não conhecia esse tal. Acreditei.
E a essa verdade triste
pouco a pouco me entreguei.
Não amo porque tenho medo:
medo de não ser suficiente,
de meu coração descompassar novamente,
e por isso, todas as vezes eu fugi...
e ainda fujo.
Paschoal, George