O encanto de teu sorriso

 

Se quiser dizer algo...

Que fale como o vento fala às folhas,

Que fale como a brisa que ameniza o coração.

E então construa no silêncio,

E ainda assim ouça vozes angélicas a cantar.

Roube de ti, a sensação de paz inexistente,

E troque-a pela paz almejada e tão distante.

Se quiser dizer algo... simplesmente não diga,

Pois que pode ser que o dito já esteja presente,

No fruir das almas, no dirigir dos dias,

Nos desencantos e na magia dos destinos.

E então dê apenas um sorriso de satisfação,

Pois que seduzido pelo encanto,

Nada será tão atraente senão a paz.

Paz que não é imobilidade,

mas movimento contínuo, e harmônico.

De modo, que nem lágrima, nem riso,

Mas a lividez do rosto que tem olhos de ver,

Dos ouvidos que sabem escutar segredos,

Da voz que fala mesmo no silêncio.

Pois que nem a letra, nem a sílaba,

Talvez nem mesmo a palavra.

Pois que transcende em encanto.

Pois que sorri apenas.

E no sorriso está a magia.

O limiar entre o “bem- vindo!” e o “adeus!”,

Para descobrir o prazer do “até breve”.

Pois que o prazer estará sempre no encontro,

No unir que vence as individualidades.

E por isto sejamos breves,

Impulsionados por nossa eternidade.

E perdidos no tempo, Não mais tempo algum,

Senão uma ilusão de minúsculo instante,

Onde vejo, com o coração, um sorriso.

 

30/08/2003

Gilberto Brandão Marcon

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 24/01/2023
Reeditado em 24/01/2023
Código do texto: T7703277
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