Soneto de Meia Verdade

Mesmo sabendo, de apenas meia verdade

Que é a metade de uma gota de esperança

Onde eu estou de qual lado da balança?

Perdido estou em orgias na cidade!

Sou a perversidade intrínseca da minha herança

Infame e pernicioso vivo na leviandade

Contra mim construo a minha cruel vingança

E esmago com as mãos a minha felicidade

Foge-me o tempo e eu me suplanto

Como suplantar fosse apenas poesia

Mas nada nesta vida me serve de acalanto

Caminho sobre espinhos com falsa alegria

E quando paro e penso, no entanto

Lagrimas encharcam meus olhos, salgadas mas frias