Soneto das Vacas Magras

O mundo é feito de coisa

E eu sou coisa nenhuma

Logo meu peito repousa

E você uma hora acostuma

Você tem uma alma lesiva

Eu sou gerado do nada

Apesar de m'alma sensitiva

Hoje sou ave abandonada

Morreram as vacas magras

Sem dor, filosofia ou crença

E isto nem você consagra

O nada é clara sentença

A bondade também gera pranto

E a maldade a indiferença