Ano a Ano

Pelo tempo todos passamos

A fantasia quase sempre se perpetua

Vai-se pela estrada revestida ou nua

Entre amores e desenganos.

Flácida fica a musculatua que era dura

Mas sente-se forte e faz planos

Para muitos e muitos anos

Cuja pressa seja a provável loucura.

Tempo vivido, paixão devera destemida

Embranquecem os cabelos

Fraca a memória, têmpora combalida.

O grande desejo já não aguça o cerebelo

Já fez de tudo que podia nessa vida

Vê beleza no outro, mas nada mais apetece.