Quanto custa amar?

Quo vadis do amor.

A janela húmida de saudade,

E pé ante pé, sobre grãos de areia.

Dirijo-me a ela, triste sem crença na verdade.

Descalço, sem fé, e de cara feia.

E tu choras, tuas lágrimas lavam as vidraças,

E eu passo os dedos, e tu me segues com os teus.

Mas eu choro também, e quer o que faças.

Continuas no lado de fora da janela, ai, golpes meus.

E encosto a cabeça, tentando fazer com que me sintas,

Esta fria a janela, é Inverno, e não consigo me acalorar.

E gotas de tristeza caiem de teus olhos, são pintas.

Queres ser meu cobertor, mas a janela não consegues atravessar.

E eu grito feito mudo, as palavras refutem-se nos vidros embaciados,

E tu ouves surda, pões-te a imaginar minhas falas.

Somos dois tolos apaixonados,

Enquanto eu te admiro, com teu sorriso me embalas.

E escorrego, escorregamos nós pela janela abaixo,

E costas voltadas , sintonizados, estamos a sofrer.

E eu preso, e já nem sei mais o que faço.

E por telepatia digo-te como a escrever.

Amor, prometo, que um dia irão inventar um portal,

Que nos irá levar os dois para outra dimensão.

E o toque, o beijo, o aroma, será um eterno final.

E esta espera, este sofrimento deixará de ter razão.

E tu sorris, como se me ouvisses através da janela.

E eu imagino que me respondes doce e veemente.

Sim amor, a vida um dia será mesmo bela.

E eu e tu seremos um só, eternamente.

..

Poeta Perdido

10-12-07