PINGOS DE AMOR
Era madrugada
Dois corpos unidos num só
Num quarto sem solidão
Entre lençóis macios
E sussurros de paixão
Numa entrega tão profunda
Que não ouviam o som da canção
Que tocava suave, ao fundo
Em compasso com cada coração
Cansados, se aninharam
Num abraço de união
Dois corpos apaixonados
Entre lençóis abandonados
De amores abraçados
Promessas de reencontros
Sabores e dissabores
E o amor morando nos corpos
Habitando nos olhos
Vivendo no ventre
E lá fora mansamente chovia
Uma mistura de realidade e magia
Como se fosse um batismo
Feito de pingos de amor
E quando a manhã chegou
O solo já havia engolido a chuva
Como sedento sol de verão
E no quarto, o casal ainda dormia
Embalados pelo suave canto da vida.