Perdoa-me!

Perdoa-me minha amada!

Releva esse peito que não pára

Que navega pelo infinito a te buscar

A vagar apressado pelas estrelas

Pelos descampados de minha história

Da trajetória dos meus olhos tristes

Dos olhares que lanço ainda ao céu

Vendo o esplendor de tua alma,

Do teu espírito enluarado de escol

Abençoado pelo nosso Criador...

Perdoa-me minha amada!

Por te amar tanto assim

Por amar os passos teus mesmo sem mim

E os olhos teus, que inspiram o céu,

Inebriam os meus lampejos de paz

Amada, amada minha, perdoa-me!

É que o sentimento me domina o verso

Embriaga minha alma perdida e tosca

Que se alivia com o ar do teu riso

Com o brilho faceiro de tua tez.

Perdoa-me minha amada!

É que sou ainda uma criança,

Sou o menino de outrora, de novo.

Vivo com a alma em vagar, vagando...

Alçando pelas terras de Deus

Apertando o coração na liberdade,

Apartando do passo a tristeza

E tingindo os meus dias de azul

Na tinta forte do amor mais profundo

Que segue inebriado de mundo...

Perdoa-me minha amada!

É que meu tempo é outro tempo

Vivo mais além do que no além,

Sou a estrela que mergulha no manto

Rasgando o céu a te buscar sem medo

Voando livre, infinita e simples,

Como o teu olhar de menina

Que descobri há muitas eras

Após muitos versos, muitas lutas,

Depois de morrer mil vezes...

Perdoa-me minha amada!

Perdoa-me por te amar tanto

É que meu peito acalma contigo

Minhas pernas não tremem mais,

E o meu riso, vem fácil, feliz,

Embala o meu pranto já esquecido

Repartido do ser e do corpo...

Guardado distante de minha memória

Que somente lembra do teu sorriso

E vive agora em paz, ao teu lado.

Perdoa-me minha amada.

Ilha, 17.VI.7002.

(Obra protegida pela Lei 9.610/98)

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Serratine
Enviado por Serratine em 11/12/2007
Código do texto: T772954