- Café na Cavè -

Quando a vejo chegar

Tudo que era tão frio

Torna-se rubro...e nu!

E sopram em meus cabelos

Marisias astrais d'outro mundo

O tempo reage aos sentidos

Quando a vejo chegar.

E tudo o que era vazio

Oco, amplo e comum

Enche-se se um não sei quê

Que me arde a alma e irrita.

Não posso mais, quero ir

Ter com esse olhar que inflama

O ácido doce em meu peito.

E o tempo não obedece mais...

Pego um guardanapo e mostro

Uma flor que aprendi no botequim.

Ela sorri, me encara e aceita

Gentilmente um café na Cavè.

E o oco, amplo e comum

Se transforma coincidemente

Em perfume de mulher.

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@edu.cassilhas