Meditando na Solidão

Embora o sol se esquente em devaneio,

O nascer inconsciente de seu longo dia,

Sobe pelas árvores o receio

De pequenos focos do teu fulgor oculto,

Comprimindo a névoa insistente de um incensário,

Incendiado pela sombra dos breves pensamentos.

Soltos na confissão da manhã ,

Vão bailando os versos inaudíveis,

Perdidos pelo calor de agosto,

Que envolve o seu discernimento numa fresta,

Acuada pelo fio da raiz,

Ainda que o seu desejo esteja exposto,

Medita na solidão.

Onde algo me diz que a tua dedicada pureza,

Se faz nas orações do acanhado livro de poesias

Que espera da rima um sonho inalterado,

Levando o rio a pestanejar com sono da correnteza acima,

Dormindo logo, sem razão aparente,

Para refletir o brilho quieto de uma estrela cadente...

Diz muito de ti,

o modo como o meu coração lhe abriga,

Numa vontade que espera seduzir a fé,

Trançando o medo das palavras

Na textura que se deita ,

Acarinhando o começo da relva insuspeita de alegria,

Desobrigada de sentir uma lenta saudade ,

Soprada na ventania preta da mudança ,

Que segue os meus olhos ,

Admirando no voo pueril do vento

A dança discreta da borboleta...

Faz-se do ar um poema de bolso escrito na paisagem,

Sabendo que a morte nomeia os pares incautos,

E o seu testemunho ecoa como um arauto,

Aventurando-se aos meus olhos, admirando a dança.

As tuas mãos resgatam com doçura ,

O pólen trancado no tempo;

Sinto-me preso na urna incrustrada de bronze e ouro,

Surrada pelo torno das pedras barrocas em construção,

Desenhando no chão,

A ilusão de uma escultura cinzelada pelo vale.

Tive a sorte de escrever-lhe poemas,

De argutos fonemas acalentados pelas mãos,

Que são, na verdade, os gestos

Encaracolados pela vontade de voar /

entre os galhos embriagados;

Penteados por sumárias hordas de palavras íntimas,

Consumidas pelo ar.

Ávidas por libertar os seus cabelos,

Como se fossem folhas nuas que o alento rebate,

Ceifando a mais nobre inspiração dos meus segredos,

Recitando versos despidos pela luz do sol ,

Intrigados em beber o sumo do teu sereno,

Que restabelece uma partitura do cerro em harmonia,

E aquieta no coração ,

A sombra que me incendeia à loucura,

Fechando os olhos para o sonho

De uma terra jamais esquecida, que te encontra em paz .

Give me love

https://www.youtube.com/watch?v=-wZIpRfqaco&list=RDGMEMJQXQAmqrnmK1SEjY_rKBGA&index=27

Um amor sem motivos de existir, não tem fronteiras: É a fragrância do coração. O amor é o fenômeno mais próximo da meditação: os amantes abandonam suas máscaras, são uma alma dentro de dois corpos. Quando a liberdade é deixada intacta, o amor cresce infinitamente. Meu amigo Chandra