Alma Deserta
Alma deserta
coração insano
a lucidez me falta
pensamentos brincam de esconder
Não, não sou nada
não vivo nem vegeto
apenas conservo lembranças
sons e sabores
Vivo das coisas que não vivi
do amor que não fiz
da felicidade que não tive
Não durmo mas desperto
porque simplesmente
não posso evitar a dor
do seu abandono
Não respiro mais...
não posso
não devo!
Encerro em mim
o que tinha de mais bonito: O amor.
Perdoa-me mais uma vez
perdoa-me por te amar assim
com intensidade e
loucura
como somente um coração apaixonado
é capaz
Morro a cada momento
trancada neste meu sentimento
pessoas falam comigo...
não as ouço
não as fito
Porque em meus olhos
só os teus olhos e
em meus ouvidos
o doce som da sua voz
Assim,
me fecho e me abro
desta vez não em flor
mas em grosseiros espinhos
Que eu possa morrer agora
nesta minha existência solitária
para que voce viva
Eu fui feliz!
Lúcia Gönczy (2002)