Alma Deserta

Alma deserta

coração insano

a lucidez me falta

pensamentos brincam de esconder

Não, não sou nada

não vivo nem vegeto

apenas conservo lembranças

sons e sabores

Vivo das coisas que não vivi

do amor que não fiz

da felicidade que não tive

Não durmo mas desperto

porque simplesmente

não posso evitar a dor

do seu abandono

Não respiro mais...

não posso

não devo!

Encerro em mim

o que tinha de mais bonito: O amor.

Perdoa-me mais uma vez

perdoa-me por te amar assim

com intensidade e

loucura

como somente um coração apaixonado

é capaz

Morro a cada momento

trancada neste meu sentimento

pessoas falam comigo...

não as ouço

não as fito

Porque em meus olhos

só os teus olhos e

em meus ouvidos

o doce som da sua voz

Assim,

me fecho e me abro

desta vez não em flor

mas em grosseiros espinhos

Que eu possa morrer agora

nesta minha existência solitária

para que voce viva

Eu fui feliz!

Lúcia Gönczy (2002)

Lúcia Gonczy
Enviado por Lúcia Gonczy em 12/12/2007
Código do texto: T774798
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