Nossos nomes e vindas

Passei pela porta de seu quarto,

A lágrima desceu como um rio íntimo – desalinhado!

Passei pela porta de seu quarto,

Nada mais fez sentido.

A culpa não se esvai com seu rosto lindo,

E vindo de tão distante – como a poesia se faz transplante,

Pareço acatar o peso de um universo inteiro.

E seriam nossos nomes e vindas, nossas fitas cinzas de um passo largo,

Um retrato cortado e colado,

De uma neblina do amor?

E seria meu passado assombrado,

Meu contato comigo,

Minha mente que de tão pura,

Faz-se obscura em tamanha verdade?

E seria minha fidelidade com versos,

Meu sorriso nem tão discreto,

Ou nada secreto que me faz sofrer?

E nossos nomes que combinam,

E nossas casas que se uniram,

E nossos laços que fundiram,

Uma completa sensação de verdade,

A verdade que o coração conhece.

Nossas águas são só minhas,

Descem pelos meus olhos castanhos,

Provo o amargo de querê-lo,

Tal qual o doce de encontrá-lo.

Como se não bastasse o corte profundo,

Eu me perco em seu olhar de menino,

E só assim me refaço.

Leticia Mariana
Enviado por Leticia Mariana em 04/04/2023
Código do texto: T7756242
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