Súplica de amor
As luzes do palco se apagam
cortinas se fecharam
o último aplauso da plateia
a temporada se encerra
No ponto de ônibus vestido de mim
Tive uma surpresa que não queria que tivesse fim
a lua a iluminar a cena
Ela com seus olhos delicados me mirou
A timidez a consumiu
mão em seus curtos cabelo o guardam atrás da orelha
Olhos vagos, ansiosos, agora perdidos, sim, ela era uma princesa
Uma jardineira jeans puída, ainda assim estava linda, era a mulher da minha vida
Encontro de almas naquela noite
discreto me aproximei
um leve sorriso lhe dei
palavras não saíram
A brisa agradável que cruzava a noite
me fez sentir que nossos sentimentos dançavam
o silêncio era desconfortante
Meu coração gritava é ela, é ela
Uma mãe ao relento dormia com seu pequeno filho
a imagem a incomoda
e o silêncio se fez voar
Me indigna uma cena dessas, sua voz suave chegou a me tocar
Olho admirado a compreendendo
altruísta, blusa de frio e biscoitos para os necessitados
Meus parabéns ela recebeu
O seu olhar beijou o meu
A conversa agora fluía
sorrisos da minha nobre dama eu recebia
Nunca senti isso por ninguém
não havia malicia, não era só um sentimento carnal
Meu coração insiste é ela
minha alma geme, ela sentia havia encontrado sua díade
vocabulário genuíno
Sintaxe bem estruturada, era professora a minha amada
Um dia terei o prazer te ver no palco a desempenhar a sua arte
Sua voz era aprazível
sabia que ela sentia o mesmo que eu
com as mãos no bolço, mexia as pernas
Oh minha doce dama
desejo que o tempo pare
mas o destino tem um querer diferente
sua carruagem vem se aproximar ao sinal ela cruzar
Esse é o do seu destino?
A bela me questiona
Infelizmente não, meu olhar a chama
Que pena, foi um prazer
Subindo as escadas a porta a se fechar
da janela ela me observa
uma despedida negamos nos dar
Agora vivo por aí a vagar
Minha alma procura a sua, ela suplica
Mas não sei mais onde te encontrar, ela suplica
Ainda te sinto, e é estranho
Já se foram mais de longos dez anos.