Confesso! [2014]

Confesso... Não saberia fazer-me difícil

Diante da majestade de teus desejos.

Render-me-ia silencioso, mesmo forte,

Despindo-me do orgulho à nudez tão serena.

Meus olhos fitam tua paisagem suave

Como se sob a luz do outono

A clarear o realce de tuas curvas.

E mesmo que te entregues,

Não deixes ir além das provocações

Estou ciente que estarás impressa

Assombrosamente em minhas expectativas,

Em minha mente sonhadora, estará sempre

O teu espectro, seminua, sedutora - rubra e negra,

Segurando uma taça de vinho tinto

Assim como os teus lábios encarnados de pin-up.

Contigo minha fome se aguçaria em calmarias

Encantado com todos os teus bólidos.

A vontade a avançar transforma-se em docilidades

Quais barrocas e pueris,

Que chegaria a estranhar à delicadeza de minhas mãos

Em adorar tocar e acariciar antes de tudo,

Pois confesso admirar o “objeto do desejo”

Na impressão do irrealizável.