No lago do Amor

 

Éramos jovens, impetuosos, em dia de folia

E... seguíamos o cortejo em leve assombro.

Juntos, impregnamo-nos dos aromas da paixão.

As vibrações do teu ser junto ao meu eu,

Deleitava-me... Teu pulsar me estremecia.

O prazer de te amar habitava meu ser

Que se confundia em urgências.

Absorvi naqueles dias de outra Era

Teu coração febril num bater compassado,

O ritmo do teu corpo amado.

Extasiados, vislumbramos tantas luas

Nas retinas um do outro, refletidas.

E aconteceu...

Te perdi!

A tua presença se eternizou em minha vida.

Terias sucumbido a um tsunami de emoções?!

Terias te perdido nalguma gruta pelo deserto?!

Ou enfeitiçado por odaliscas das caravanas?!

Vaguei...

Tantos olhares cruzei em busca dos teus ternos olhos,

Revirei o mundo inquieta, num desassossego grande.

Passou-se uma Era à procura da ternura dos teus braços,

Outras tantas luas eu quis alcançar para teu corpo amar.

...

Subi na barca, distraidamente,

Sob o olhar sensual do barqueiro,

No portal iluminado de Brugges.

Em suaves e perenes ondulações,

O inesperado surgiu em plêiades de bênçãos.

Sobre a superfície, num torpor sensorial

O tempo permitiu nosso reencontro...

Linhas invisíveis múltiplas cortavam os céus,

E num fantástico pôr do sol rubro e dourado,

Embarcados e cheios de encantamento,

Recolhemos as luzes em potes de mirra,

E a paixão, as vivências, retornaram...

Em teus braços languidamente,

Um mundo de emoções permiti-me,

Nas densas águas do lago do Amor.

 

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                                                                                     Izabella Pavesi

                                                                                      imagem: internet

 

Poesia selecionada no Concurso 2022 "Sem  Fronteiras pelo Mundo..."- Vol. 7,

da Rede Sem Fronteiras.