A PALAVRA QUE DEFINE
Fico preso no gargalo da escolha
Tu exiges um resumo, um comprimido.
Como posso espremer o universo?
Como posso na palavra encerrar?
Se o fizer ficará tão dividido
O sentir nessa sentença expressar.
Vejo no mar uma escolha descabida,
Mesmo imenso ele não pode voar.
Ambos calmos e revoltos ao mesmo tempo.
Dependendo da profundidade a enxergar.
Tens o vento a escolha colossal,
Mas escapa do tocar e do olhar.
Como pode ser aquilo que completa
Se no espaço ele nunca estará?
Vejo o fogo dançando candidato
Querendo ser o contemplar definitivo
Só que o encanto queima e assusta toda a pele.
Não se toca um solitário que só fere.
Tenho então uma missão mais que impossível
De fazer o que me pedes, em resumir.
Não consigo conter em uma palavra
Tudo que consigo sentir e ver em ti.
Pena o mar, o vento, o fogo.
Talvez eles tentem ser você ao nascer de novo.