Mãos unidas

O verso que por ora transborda em meu peito

Socorre-me em meio ao silêncio das horas

Acode-me como a claridade a guiar o peregrino

Tateia em meus sentimentos as palavras certas

Que por muitas vezes são aquelas não lançadas

São as que ficaram grafadas no livro d´alma:

Aquele que vou ler no dia de minha passagem

Aquela mesma que atormenta a tantos corações

Mas que silencia o meu espírito de viajante

De poeta infante que se contenta com o olhar

A versejar o simples caminhar de minha amada

A viajar no sorriso tão doce do meu filho:

Aquele que o tempo em sabedoria vai me trazer

(Mas que eu conheço em essência quem será)

Prá que meu ser ainda tão tosco possa crescer

Possa viver com o peito mais inebriado de mundo

Com o verbo transbordando a cada novo pulsar

A cada sonho que escorre em minha pena de anil

Que me confunde o olhar na curva do infinito:

Onde o céu e a terra parecem duas mãos unidas

Passeando pelas plagas do universo sem fim

Trazendo-me os teus passos para junto de mim

Fazendo-me lembrar das nossas últimas vidas...

Ilha, 14.XII.2007.

Prá minha amada.

(Obra protegida pela Lei 9.610/98)

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Serratine
Enviado por Serratine em 16/12/2007
Código do texto: T780842