O amor te escolheu

Quantas vezes você esperou que o amor viesse como nos filmes românticos de Hollywood?

Você se preparou toda, se maquiou e colocou o vestido mais lindo que comprou em sua loja predileta no centro da cidade.

Colocou até um piercing novo, para enfeitar a parte mais bonita de você, os lábios.

E então ligou para as amigas e combinou a balada na rua Augusta, uma sexta a noite.

Era sua chance, você estava belíssima.

Ao chegar, sentou na bancada do bar, cruzou as pernas, suas pernas eram lindas e definidas, a academia estava trazendo muitos resultados em seu corpo, mas não na alma.

Por dentro você chorava, porque não importava nada que fizesse, aqueles caras só te machucavam.

Mas dessa vez estava decidida, encontraria o amor da sua vida.

Suas amigas se dividiram na balada, e você continuava ali, bebendo.

O que esperava na realidade é que ele sentasse ao seu lado e juntos em um único movimento pegassem o mesmo copo, e as mãos se tocariam, e dali iriam para um lugar mais reservado.

E de fato aconteceu, ele se aproximou de você, perguntou se aceitaria ir pra pista dançar, mas antes te pagou uma bebida.

Enquanto dançavam você sentia a respiração dele e o peito acelerado.

Conversaram a noite toda, e quando eram 5 horas da manhã decidiram ir embora, no caminho você o beijou mais um vez e se despediram.

No outro dia a ressaca tinha chegado com força.

O celular vibrou, era ele.

Te chamando para um jantar em sua casa.

Você mal conseguia parar em pé, mas foi.

Os encontros foram acontecendo com mais e mais frequência, você se apaixonou cegamente e em uma semana já havia deixado escrito no caderno dele "gosto muito de você, é ótimo estar ao seu lado".

Três meses se passaram e um dia, de manhã as 7 horas, o celular não vibrou, não havia mensagem de bom dia.

Em total desespero você ligou, não uma vez mas várias vezes e em todas elas a ligação caia na caixa postal.

O dia não era o mesmo, nem um sinal, nem uma mensagem.

Ele já não entrava mais pelo portão branco do seu apartamento com aquela bermuda rasgada que você tanto gostava.

Estava sozinha novamente, machucada.

Jurava pra si mesma que o amor era uma mentira.

Mas o que você não sabia era que o amor chegaria em um dia que estivesse desarrumada, cheirando alho, com cara de sono e mal vestida, e até mesmo com o corpo menos definido, pois parou com a academia.

O amor não escolhe roupa, não escolhe maquiagem, não escolhe beleza física.

O amor escolhe os corações, os corações sinceros.

O amor escolheu você em um desses dias, em que você acordou e saiu na rua de pijama para comprar o café da manhã.

Letícia S Souza
Enviado por Letícia S Souza em 26/06/2023
Código do texto: T7823059
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