DIA APÓS

Não lance o sombrio

do olhar mais frio,

nem libere do subconsciente

o verso perverso,

não me esquarteje em pensamento,

nem me enquadre na mira

da arma que o escárnio atira,

erre meu alvo e não me pinte

com o rubro da pupila;

Sem deboche, sem acinte,

sou homem que sabe o que quer,

menos mimo, mais mulher,

seja cristalina pra olhar e enxergar

a única verdade latente,

sou apenas e tão somente

alguém que ontem ousou

e poeticamente teimou

em querer te amar;

Hoje não existe o “nós”

Porque hoje vivemos

o dia após...

10/08/07

ANDRADE JORGE