O PRIMEIRO AMOR

A primeira vez que a vi

Faz tanto tempo

Ela usava ainda roupas juvenis

Talvez fosse 67 ou 68?

Se não me engano...

Nos vimos de novo....

Creio num mês de dezembro

Ela estava radiante

Mas quem liga para datas nestas horas?

Mas talvez tenha sido um pouco mais adiante!

Beijamo-nos no seu aniversário

Guardei, foi num mês de abril

Podemos dizer que foi um beijo de amor

Embora ela não estivesse segura

Por isso, talvez, tenha sido tão frio

Lembro-me dos nossos passeios escondidos

De mãos dadas em outra cidade

Dos encontros já dentro do cinema, somente

Da ansiedade em vê-la!

Dos desejos cada vez mais ardentes!

Fizemos amor,

Muito tempo depois,

Nossa primeira vez,

O mês? Imperdoável, não recordar direito

Sei que marcas do seu batom descomedido

Ficaram algum tempo

Desenhadas no meu peito

Um dia, porém, tudo terminou

Juro, nunca soube o porquê

Nem onde, nem quando...,

Do fato, tenho apenas duas lembranças

A informação que teria viajado,

Que saiu subitamente das minhas vistas,

Como uma estrela que numa noite, no céu feneceu,

Senti, então, pela primeira vez na vida, os olhos vagos,

Fruto da tristeza de secar alma na qual me submergi

E que de mim nunca mais, completamente, despareceu!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 26/07/2023
Reeditado em 26/07/2023
Código do texto: T7846577
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