Fruto Proibido

Tinha a alma faminta, um olhar sedento,

Entre insanos desejos que nela tangiam...

Na boca antropófaga os dentes rangiam,

Diante do fruto, carnudo, tão suculento!

–Ah... Esse fruto proibido, rubro aveludado...

Chama que cintila no fogo dessas paixões,

São todos os desejos secretos dos corações,

Das insinuações, das volúpias e do pecado...

No entanto, o fruto que de tanta beleza,

Nascido na terra, pela mão da Natureza;

Tornou-se um enredo, n‘alma tantalizando...

Esse fruto desejado, virgem, contemplativo,

Que em amor e fome, num êxtase lascivo,

Tolos corações, febris, morrem sonhando...