Eu Não Sei o Que Fazer Com as Minhas Mãos Quando Você Se Aproxima

Velhas lenhas não queimam mais

Jogue por cima a terra feita de minha carne

Espero que a fome de meus antecedentes

Sirva brevidades a este infortúnio

O querer precarizou o verbo

Mesmo ao ser verbalizado

O azar vaga pela pele

Situando novas pragas

Os barris de pólvora lambem a manhã

A lava seca a miséria atribulada ao indivíduo

Posterga tragédias, esvazia autos com mãos

Me estimula um réquiem entre o êxtase

Teu beijo antiquário me leva

A uma viela de vendas impróprias

Para penhorar deuses e narcóticos

Hei de mistura-los ao azedo do desleixo

Tais companhias vestem cinzas

Hipnotizados por seus egos

Fazem da carne uma pátria

Fazem do prazer uma trincheira

É tão inesperado assim o roteiro?

Creio que há um tempo para limar

Cores ofuscadas por nuvens nubladas

A tapeçaria poderá saltar cotações

Declina o fogo, que possa cair com um brio redentor

Recontáveis vezes que vereditos de mãos trêmulas

Fizeram reconhecer almas atraídas pelo fascínio

Pertencer aos braços reconfortantes de um amor

Todos estes ramos colecionáveis

Há quem os veja coroa de espinhos

Há os que posam desinibidos

Para um fim abafado de pretextos