VÊNUS DESPIDA

Eleva a fronte

As estrelas não vertem pranto!

O orvalho é o beijo sacrossanto

Minha ousadia, a barca de Caronte!

Sim, ousei! Meus lábios intentaram o toque!

Tez d´uma Deusa coibida...

Tombou-lhe a candura - Vencida

Rasgaram-me as prosas junto as Escrituras de Enoque!

Minha culpa! Pousaram ao busto olhos que se perderam...

Como Da Vinci e Renoir cederam

Aos afrescos e pinturas que não tem vida!

Ah! Fosse apenas o som da lira!

O soar das palavras vãs de quem delira...

Jamais o cálice ardente, a Vênus Despida!

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Observação

1 - “barca de Caronte” - No texto faz analogia a algo perigoso, segundo a mitologia, algo como “embarcar para o mundo dos mortos”

2 - “Escrituras de Enoque” - Faz analogia no sentido de “ser um segredo", ocultado durante séculos na história

As “prosas” e as “Escrituras” citadas seriam ambas um segredo, apesar de nada terem em comum

3 - “Vênus Despida” - Também conhecida como Vênus Desnuda” ou “Vênus de Milo”, foi uma escultura da Grécia Antiga tida como ideal de "beleza e tradição clássica"

André da Costa
Enviado por André da Costa em 26/08/2023
Reeditado em 26/08/2023
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